A Idade Média - Vol. 1

História da Vida Privada
Volume I - A Idade Média
Coordenação de Bernardo Vasconcelos e Sousa
Espaços e lugares
O espaço urbano e o espaço rural
A casa
O paço – A morada privilegiada
A família: o léxico
A família. Estruturas de parentesco e casamento.
A festa - a convivialidade.
Marginalidade e marginais.

Bernardo Vasconcelos e Sousa

O corpo...
O nome
A alimentação
A criança
A mulher
A sexualidade
O corpo, a saúde e a doença
... e a alma
Sagrado, devoções e religiosidade
A morte e o Além
Memórias




A Idade Moderna - Vol. 2

História da Vida Privada
Volume II - A Idade Moderna
Coordenação de Nuno Gonçalo Monteiro


Os poderes, os modelos e os instrumentos de controlo (dimensões «externas» e normativas da privacidade)
Trento, as igrejas e as inquisições
A monarquia: a legislação e os agentes
Os modelos normativos. Os paradigmas literários
Os arquétipos alternativos e a sua difusão setecentista


As famílias e os indivíduos
As idades da vida: crianças, adolescentes, adultos e velhos. As práticas educacionais.
Relações familiares: autoridade, poderes, e afectos. A «mútua afeição». Os diversos modelos sociais. As identidades de género
As sexualidades


Nuno Gonçalo Monteiro
Os espaços da vida privada (tipologias da domesticidade, cultura material, ritos e tempos da vida doméstica, forma de piedade, criados e escravos, etc.)
A corte
As grandes casas
As casas populares e grupos intermédios (casas de negociantes, etc,).
Os espaços de reclusão (para conventos, recolhimentos, hospitais, colégios, etc...)
A vida nas margens (viajantes, peregrinos, mendigos, etc.)
O impacto do Império: circulação imperial e espaços doméstico


A escrita e a leitura
Os usos da correspondência
Práticas da leitura
Vida privada e política
Novas e velhas formas de sociabilidade: as raízes «privadas» do «espaço público»
Velhas formas: a casa e a comunidade na mobilização política e militar
Novas formas: sociabilidades culturais e mobilização política.

A Época Contemporânea - Vol. 3

História da Vida Privada
Volume III - Séculos XIX-XX
Coordenação de Irene Vaquinhas



O quadro material: entre paredes
Maneiras de habitar
À volta da mesa: sociabilidade e gastronomia
A higiene
O quadro doméstico: «em família»
A família, essa «pátria em miniatura»
Rituais da vida privada
Economia doméstica e governo do lar
Em casa, quotidianos, sociabilidades e aprendizagens familiares
Na intimidade
No leito
Sensibilidade religiosa e devoção doméstica; entre o amor de Deus e o temor de Deus
Paixões Funestas e prazeres proibidos
Irene Vaquinhas



Segredos e confidências
Sangue, suor e lágrimas
Sonhos e ideias de vida
Estética e aparência
Conclusão
Em torno das expressões materiais da vida privada

Os Nossos Dias - Vol. 4

História da Vida Privada
Volume IV - Os Nossos Dias
Coordenação de Ana Nunes de Almeida
- Cenários do quotidiano doméstico: os modos de habitar
- Sexualidades em construção: entre o privado e o público
- Vidas conjugais: do institucionalismo ao elogio da relação
- Tensões, tiranias e violência familiar: da invisibilidade à denúncia
- Os mundos da infância: olhares, espaços e personagens


Ana Nunes de Almeida
- Aprendizagens, escolas e pedagogização do quotidiano
- Juventude: entre a fase da vida e o tempo de viver
- Modas e modos. A privatização do corpo no espaço público
- Fés, credos e religiões
- Media e entretenimento
- O Estado e as famílias

A OBRA

O que é a História da Vida Privada em Portugal?
Trata-se de uma obra que procura lançar luz sobre a vida que decorre para além das vidas públicas das pessoas, dentro de portas, na sala, à mesa, no quarto, na cama, nos afectos. E isto em toda a sociedade, ao longo da história de Portugal.
 
A maioria das obras sobre história em Portugal fala-nos de política, de reis, de presidentes, de economia, de arte, de alterações na sociedade...

Assim, a falta, até hoje, de uma história inteiramente dedicada à vida privada em Portugal tem sido possivelmente a maior lacuna da historiografia portuguesa recente



  • A história privada fala-nos da vida das pessoas e não apenas da "vida" do país.
  • Porque a vida privada constitui uma matéria fundamental para a compreensão do passado humano. 
  • Só uma figura com a relevância, a experiência e a autoridade científica do Prof. José Mattoso poderia chamar a si os melhores colaboradores para levarem a cabo uma tarefa com a envergadura e o significado deste projecto.
  • Se trata de um trabalho feito de raiz, para o qual não há praticamente estudos antecedentes. Parte-se quase do zero neste domínio em Portugal.
  • Só o historiador mais experiente entra no domínio do privado, estudando tudo aquilo que não é dito, que não é escrito, ou que fica nas entrelinhas dos documentos históricos.
  • Porque é na história da vida privada que mais nos identificamos e mais reconhecemos as nossas características culturais enquanto povo português.


Para além de se tratar de um tema inovador no nosso país, esta obra analisa as características da vida íntima e privada das diversas camadas sociais, dos membros da corte ao clero, ao povo.

Ao longo das suas páginas vamos descobrindo, por exemplo:

  • como eram os espaços de habitação e de que modo se organizavam?
  • o que se comia em cada época e o que comia cada classe social?
  • de que modo se cozinhava, e com que utensílios, e quanto se cozinhava?
  • como se caracterizava a vida familiar?
  • quais os princípios que regeram a educação até hoje?
  • como era o relacionamento de pais com filhos e vice-versa; como seriam entre as classes mais abastadas e os mais desfavorecidos?
  • como se foi modificando a higiene ao longo dos tempos no nosso país?
  • de que modo foi encarada ao longo do tempo a sexualidade e as sexualidades (adultério, bigamia, homossexualidade, etc.)?
  • o que marcava a fé e a relação de cada pessoa com a religião e com o Além?
  • que relação tinham com o seu corpo, com a saúde, com a doença?
  • que vícios minaram as famílias e a sociedade das gerações que nos precederam?
  • quem foi considerado marginal e como foram eles vistos ao longo dos tempos?

Esta obra constitui um contributo fundamental para o historiador pintar um retrato do nosso país, mas proporciona também ao leitor comum o prazer de ver desfilar curiosidades, hábitos próximos ou distantes no tempo, semelhantes ou diferentes dos nossos, intimidades, segredos e modos de ver o mundo. No fundo, usando a expressão de José Mattoso, oferece a possibilidade «de espreitar o passado "pelo buraco da fechadura"».

Na agradável leitura de passagens desta obra é inevitável compararmos a vida privada dos nossos dias com as da Idade Média ou até do século XIX, por exemplo. Porque esta é também a nossa história pessoal (quantos dos nossos hábitos são herdados de uma tradição de rituais privados, geração após geração?).

É verdadeiramente na história da vida privada que nos situamos no fio do tempo: chega a ser tocante encontrar (e sobretudo recordar) no último volume da colecção aspectos que rodeavam a vida privada dos nossos avós, dos nossos pais e até das nossas infâncias. E esses aspectos são visíveis tanto na leitura do texto como na leitura das imagens que o acompanham.